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Mostrando postagens de 2012

CRISTO É O CENTRO

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Afirmar a centralidade de Cristo para evitar que a cultura comercial que envolve o Natal nos desvie do seu centro único; a Pessoa de Cristo e Sua Encarnação. Essa compreensão deve nortear a programação das famílias e da igreja nesse período do ano. O verdadeiro sentido desta celebração está na revelação da fé cristã sobre a essência da vida escondida em Deus.  Atingir a profundidade do nosso ser, mergulhar abaixo da superficialidade de uma vida escravizada pelo dinheiro, poder ou ideologias depende da experiência pessoal com o Deus-Homem que quis mostrar-se explicitamente na pessoa histórica de Jesus de Nazaré, o Cristo Vivo que move a história. Para usar a linguagem da Física, Cristo é a força centrípeta, ou seja, exerce o poder de atração. Paulo, apóstolo, usou a expressão “fazer convergir”. Cristo gera, atrai e move desde histórias pessoais anônimas até a conjuntura política das grandes nações. Em torno de si e por sua causa existe o universo e existimos todos nós.  A Bíbli

REFORMA PROTESTANTE: A LEMBRANÇA DA HERANÇA

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O ciclo natural de permanência numa igreja dita “evangélica” hoje não dura mais de sete anos. Abertas por atacado em cada esquina, essas igrejas não fazem questão de identificação histórica com qualquer herança cristã. Estamos vivendo uma geração cada vez mais entorpecida de novidades que não quer aprender com a memória de fé dos antigos.  Receio perguntar a alguém que se identifica como evangélico quem foi Martinho Lutero! Ou ainda “o que é ser “protestante”! Mas o pior é constatar que a raiz do catolicismo medieval ressurgiu de forma disseminada nas igrejas independentes que se multiplicam a cada semana. Em 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero publicou na porta da Igreja do Castelo de Wittemberg, na Alemanha, 95 teses contrarias às doutrinas Católica das indulgências e da infalibilidade do Papa. Essa data é adotada pelo mundo protestante como o marco da renovação espiritual da Igreja na chamada Idade Média. O início do que hoje se convencionou chamar de “

FALAR DE DEUS USANDO VERBOS

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A visão de mundo cristã leva em conta a existência de um Deus pessoal e sua ação na História. Agostinho, filósofo e teólogo cristão do século IV, em sua declaração “credo ut intelligam” (“creio para entender”) ensinou que o cristão vê o mundo através da fé. A fé cristã, por sua vez, encontra seu fundamento na percepção de Deus. Ed René Kivitz, em Vivendo com Propósitos, escreveu sobre o melhor que conseguia perceber de Deus. Para Ele Deus é “o fundamento pessoal de toda a realidade existente”. Paulo apóstolo citou o poeta Epimênides (600 a.C) em seu discurso no areópago ateniense para referir-se ao “Deus desconhecido”: “Pois nele vivemos, nos movemos e existimos” (Atos 17,28). A existência humana está fundamentada nEle. O povo hebreu influenciou decisivamente o cristianismo com sua experiência histórica de fé. A formação e o desenvolvimento de Israel como nação tem como centro gravitacional a confissão de fé registrada no Deuteronômio: “Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é

TEOLOGIA E TEOLOGIAS - ENTENDENDO A DIFERENÇA

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Muito embora exista uma conceituação teologia aceita na tradição cristã, conforme procuramos resumir em outra postagem ( Conceito de Teologia ), é inevitável ao conhecimento teológico uma multiplicidade dos vários sistemas.  Essa variedade desafia do teólogo em sua tarefa de encarnação num determinado contexto. Ao encarnar a mensagem cristã na cultura do povo que o recebe, fatalmente o teólogo ampliará essa diversidade no próprio exercício do pensamento teológico.  Em sua Antropologia Teológica, Batista Mondim identifica que a disparidade dos paradigmas teológicos emana da própria natureza da teologia. Ele destaca dois princípios supremos nos quais se estrutura o trabalho do teólogo: o arquitetônico e o hermenêutico. O princípio arquitetônico é o mistério da revelação, registrado nas Escrituras e fundamento para outros mistérios e eventos da história da salvação. O princípio hermenêutico está baseado na razão, e parte da filosofia para a compreensão e interpretação da

PASTOR DEVE ESTUDAR TEOLOGIA

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O estudo teológico é indispensável para a prática pastoral. Nada obstante ser esta uma constatação de fácil aceitação, o quadro geral do ministério da palavra, sobretudo entre os neo-pentecostais, parece negar a sua necessidade.  Conforme estudo inédito feito pela Fundação Getúlio Vargas, publicado na revista Veja em junho de 2006 na matéria “O Pastor é Show” o crescimento numérico dos evangélicos deve-se sobretudo a uma nova geração de pastores. A revista apresenta-os como pregadores que usam a psicologia e a autoajuda aliadas a uma indústria do espetáculo.  O “show” desses “sacerdotes midiáticos” usa como suporte desde as regras de etiqueta até os mais sofisticados recursos da telecomunicação. A formação teológica exigida para esses líderes constitui-se de cursos práticos ministrados na própria igreja, tendo como temas: oratória, etiqueta e gerência financeira de templos. É o que diz a revista. Na prática esse quadro estatístico se reflete em espetáculo, entretenimento e co

A CENTRALIDADE DE DEUS NO CULTO CRISTÃO

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O Antigo Testamento estabelece a centralidade de Deus no culto. Esse ensino radicado na experiência histórica dos judeus ultrapassa os limites da sua religião e influencia decisivamente o Cristianismo. Nada obstante o culto cristão ser centrado no “evento” Cristo, o temor a Deus ao redor do qual orbita a celebração cúltica foi preservado e intensificado no Novo Testamento.  Em Hebreus 12 encontramos impresso o sentimento de temor característico da adoração no Antigo Testamento. A partir do verso 18, descrevendo a epifania do Sinai, comparado a um espetáculo vulcânico, o autor da epístola informa que até Moisés ficou apavorado. A seguir apresenta a realidade espiritual da igreja e conclui convocando os destinatários a uma atitude de reverência e temor que supera a vivência do povo da Antiga Aliança: “Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas significa a remoção dessas coisas abaladas, como tinham sido feitas, para que as coisas que não são abaladas permaneçam. Por i

MARAVILHOSA GRAÇA

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Amazing Grace (Maravilhosa/ Preciosa Graça) é uma das canções mais executadas. Cantada por grandes músicos como Celtic Woman, Soweto Gospel Choir, IL Divo, Elvis Presley, Michael Smith e orquestrada por André Rieu. Já integrou repertório musical em grandes eventos musicais e até em tragédias como o massacre numa sala de cinema em Aurora-EUA quando pessoas que participavam da vigília consternados a entoaram. Em 2006 foi lançado o filme "Amazing Grace"(Jornada pela liberdade). A película trata da vida de William Wilberforce, um ativista contra a escravidão durante o século 18, Jonh Newton - compositor da letra desta canção- é representado no filme como amigo e mentor de Wilberforce. A magnitude desta canção que a fez transpassar séculos seguramente será pela profundidade da doutrina da indizível Graça do Nosso Senhor expressa na letra de quem compreendeu que é inaceitável a crueldade das correntes q aprisionam seres humanos assim como é terrível ser/estar ac

O DESAFIO DA DIVERSIDADE NO CULTO CRISTÃO

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  O  processo de construção de uma celebração coletiva reúne várias vozes, mãos e posições diferentes. Desde a seleção das músicas, a escolha das leituras bíblicas, a inclusão de participações individuais, tudo converge para expressar a adoração da igreja local, um estilo que contemple diversas influências até que se alcance o máximo de representatividade do povo.  Numa igreja batista, por natureza marcada pela autonomia, que incentiva a liberdade de consciência e a consequente responsabilidade individual de seus membros, essa é uma tarefa espinhosa, mas com recompensa insuperável. Vale a pena todo esforço do pastor, do ministro de música, dos demais líderes envolvidos nas áreas de artes e comunicação para a construção coletiva do que chamamos de “culto”, de modo que ele venha manifestar a “multiforme graça de Deus” na adoração da comunidade. Mesmo sendo este um ideal, reconhecemos a tendência pela uniformização que prioriza o conforto ou o poder. Sente-se aí o pes

IGREJA E POLÍTICA PARTIDÁRIA

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VOU PESCAR COM JOÃO ALEXANDRE

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Vou pescar João Alexandre Vou pescar! Parece que acordei de um longo sonho, Parece até que eu parei no tempo, Parece até que nada aconteceu! Vou pescar! Quem sabe Ele apareça novamente, Quem sabe volte a me chamar de amigo, Quem sabe chegue andando sobre as águas, Quem sabe? O Homem junto à fogueira convida pra ceia, para uma conversa sincera! Brasas queimando na areia E dentro de mim a lembrança de tê-lo negado, Por nada! É a hora da verdade aqui em volta da fogueira Melhor lançar tudo que é palha no fogo! Olhe bem dentro dos olhos do Homem que reparte o pão E me diga se alguém é capaz de enganá-lo? Tu sabes todas as coisas, Tu sabes do meu amor por Ti! Tu sabes todas as coisas, Tu sabes do meu amor por Ti! Vou pescar.. .

DESCOBRINDO UMA NOVA EVANGELIZAÇÃO (2)

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A educação também estava a serviço da missão. Muito cedo surgiram as primeiras escolas e institutos evangélicos, como consequência da perseguição dos filhos de protestantes nas escolas públicas e católicas. As escolas eram verdadeiros centros de pregação da moral evangélica. E era exatamente o caráter moral do ensino evangélico que levava as pessoas a busca-las para seus filhos. Estes espaços “catequizadores” serviam também para recrutar e selecionar jovens brasileiros para o ministério pastoral.  Nisto residiu um dos grandes segredos do sucesso destas missões: arregimentação de brasileiros, que eram consagrados para a missão. Esta constatação é apresentada José Nemésio Machado em seu livro Educação Batista no Brasil: uma análise complexa, publicado pela editora do Colégio Batista Brasileiro de São Paulo. A ênfase denominacional constitui-se numa característica da missão protestante. Cada iniciativa missionária se entendia como pioneira. Steuernagel, no estudo citado

IGREJA E CULTURA - CONTEXTUALZAÇÃO

O missionário é quem melhor encarna o estilo de vida de Jesus que o cristianismo exige, segundo o teólogo e missionário católico belga José Comblim, em seu Comentário da Carta de Paulo aos Filipenses. Mas, precisamos de “mensageiros humildes do Evangelho” como procurou a Comissão de Lausanne no Relatório de Willowbank.  Paulo convida-nos pelo seu exemplo. Consciente da presença demoníaca na idolatria (para ele ídolos eram demônios), como escreveu na primeira carta aos coríntios, em Atenas sua aproximação nos ensina como devemos agir na evangelização. Diante do panteão de deuses da cidade, em vez de começar pela crítica, o apóstolo prefere valorizar o fato de serem os atenienses muito religiosos. Lourenço Stelio Rega, em abordagem sobre a contextualização na igreja local, vê nessa atitude um modelo de aproximação saudável para igreja e cultura. Encorajado por reflexões como essas, busquei na memória muitos significados dos festejos juninos para a formação do nordestino.  An

IGREJA E CULTURA - MERGULHO

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Existe muita confusão na cosmovisão evangélica predominante em minha formação desde a adolescência, marcadamente asceta, exclusivista e arrogante, mas travestida de uma capa espiritual. Com muito esforço tenho aprendido a refletir como Nelson Bomilcar, músico que participou na década de 70 do movimento de abertura da igreja evangélica para a música brasileira, participando das primeiras equipes do Vencedores Por Cristo. Escrevendo sobre Música e Adoração na Igreja Brasileira ele destacou:  “É importante lembrar e considerar que elementos divinos estão presentes em todas as culturas, inclusive a indígena e africana, que tanto influenciam a nossa cultura. O que o Diabo sempre tentará é distorcer a criação de Deus, confundindo nossa compreensão do que é lícito usarmos na evangelização e adoração”  Parte da distorção citada por Bomilcar pode ser notada na expressão “igreja mundana” ou “mundanismo na igreja”. Sem pretender aprofundar o estudo exegético da palavra “mundo” na

APOCALIPSE – COMO ENTENDER OS SÍMBOLOS

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João, o Apóstolo, intentou declarar a fé cristã e manifesta oposição ao paganismo oficial de Roma. Caracteriza-se por uma visão dualista da história: o mundo atual, rebeldia contra Deus e perseguição do Seu povo é fortemente contrastado como mundo vindouro, quanto Deus intervirá para estabelecer definitivamente o seu reino. É uma profecia cunhada no molde apocalíptico e escrita em forma de carta.  Verner Hoefelmann, respondendo à pergunta “Como entender os símbolos do apocalipse?” afirma que 70% dos versículos contêm alusões ao Antigo Testamento (principalmente Êxodo, Ezequiel e Daniel). As citações nos remetem a momentos de crise na caminhada do povo de Deus. A mensagem deixada assegura que diante das ameaças à sobrevivência no presente, a igreja cristã poderia esperar na intervenção de Deus, que nunca abandonou o seu povo fiel.  Apocalipse é filho da profecia e tem interesse escatológico. Ocupa-se de um desenvolvimento histórico e anuncia a providência de Deus em aç